Prezados amigos
Nessa época, há 50 anos, no início do mês de maio, com 28 anos de idade, estava me movimentando e “quebrando a cabeça” para organizar uma equipe de médicos que fariam parte do time do novo tipo de estrutura destinada ao tratamento de pacientes graves: a UTI do Hospital Israelita Albert Einstein .
Mas o que era UTI? Esse era um conceito novo no mundo e no Brasil. Essas unidades começaram a aparecer em apenas algumas das grandes cidades desse pais. Sabia que era um local onde eram internados pacientes graves e que dispunha de equipamentos médicos frutos de uma tecnologia moderna. Arregimentei colegas de diversas instituições como da Escola Paulista de Medicina-Hospital São Paulo, da Santa Casa, do Instituto de Cardiologia Dante Pazzaneze, do Incor, Hospital das Clínicas etc.; que já tinham experiência em tratar pacientes admitidos em prontos-socorros e serviços de emergência.
Procurei formar uma equipe com profissionais de diversas procedências e com especialidades compatíveis. As UTIS em São Paulo e no Brasil surgiram principalmente em hospitais privados no início da década de 70. Não existia a especialidade, “Intensivista” e alguns cardiologistas já haviam adquirido uma certa experiência trabalhando em unidades coronárias – que eram residências adaptadas – com a finalidade de tratar principalmente pacientes com infarto do miocárdio.
Lembro-me como se fosse hoje que no dia 18-05-1972 atravessei a ponte do Rio Pinheiros e me dirigi a um lugar pouco habitado, praticamente fora de São Paulo, onde existia o palácio do governo e o estádio do Morumbi (só metade do estádio atual). O Einstein não tinha sido completamente construído. Dispunha somente de 4 andares terminados e com poucos funcionários. Um conhecido cardiologista quando soube dessa minha “aventura” disse: “Você é jovem e vai se afundar juntamente com esse elefante branco, fuja disso…”.
E agora, 50 anos depois “parece” que ele e outros estavam errados.
Caros amigos, no próximo dia 18-05-2022 completaremos 50 anos que fundamos a UTI do Einstein. Um privilégio, uma honra, um orgulho… Com o tempo contarei algumas histórias que marcaram essa trajetória. Muitas histórias, muitas vivências e muita experiência adquirida quando se lida com seres humanos cuja vida está por um fio.
Nos próximos dias vocês terão conhecimento de algumas cerimônias que serão presenciais e transmitidas pela internet comemorando essa data.
Um forte abraço a todos.
Elias Knobel.