As complicações cardiovasculares na fase aguda do COVID-19 já são bem conhecidas, mas as manifestações tardias no coração não haviam, até a pouco, sido bem caracterizadas.
Um amplo estudo recentemente publicado analisou mais de 150 mil indivíduos com COVID-19, e revelou que, mesmo após os primeiros 30 dias após a infecção, os pacientes estão com risco aumentado de doenças cardiovasculares tais como arritmias, doenças cardíacas isquêmicas e não isquêmicas, pericardite, miocardite, insuficiência cardíaca e doença tromboembólica. Estes riscos são evidentes mesmo entre aqueles que não foram hospitalizados durante a fase aguda da infecção e assim como, naqueles hospitalizados e admitidos em Unidades de Terapia Intensiva.
Esse estudo revelou que são substanciais os riscos de algum tipo de doença cardiovascular nos sobreviventes da COVID-19 aguda após o primeiro ano. Dessa forma fica bem evidenciada a necessidade de uma atenção especial à saúde cardiovascular daqueles que foram acometidos por essa infecção, tanto nas formas leves como nas mais severas.
Fonte:
Long-term cardiovascular outcomes of COVID-19, Yan Xie, Evan Xu, Benjamin Bowe e Ziyad Al-Aly.
Acesse: https://www.nature.com/articles/s41591-022-01689-3.pdf
Nota do autor:
É importante levarmos em consideração esse alerta relatado nesse estudo. Porém, após ter acompanhado e avaliado muitos pacientes nessa pandemia, e ter constado alguns comprometimentos cardiovasculares, verificamos o ocorrido em números não tão acentuados e somente algumas vezes são severos.
Sabemos que muitas viroses além do Covid-19 podem acometer o coração de diversas formas, desde as mais leves até as mais severas (menos frequentes). As formas leves são frequentemente discretas ou assintomáticas e podem ser confundidas com sintomas comuns em outras situações como palpitações e cansaço físico. Somente seu médico pode avaliar e valorizar o significado desse acometimento.