O consumo de álcool pode aumentar o risco de arritmia cardíaca

Introdução do autor:

Está bem estabelecida a relação entre ocorrência de arritmias cardíacas, (principalmente fibrilação atrial) e a ingestão de bebidas alcoólicas. É clássica a ”holiday heart syndrome”, caracterizada pela presença de fibrilação atrial após um fim de semana, quando muitas pessoas nos EUA ingerem bebidas alcoólicas em excesso e vão procurar os serviços de emergência na segunda-feira. No artigo abaixo, os autores constataram que as arritmias podem ocorrer com doses baixas de bebidas alcoólicas. Acredito que o bom senso deve prevalecer e nada mais adequado do que uma moderação consciente. A ingestão de uma quantidade discreta de um bom vinho tinto, por exemplo, faz bem ao corpo e a alma.

QUARTA-FEIRA, 13 de janeiro de 2021 (HealthDay News) – O consumo de álcool, mesmo no nível de um drink por dia, está associado a um risco aumentado de fibrilação atrial (FA), de acordo com um estudo publicado online em 12 de janeiro no European Heart Journal.

Dora Csengeri, Dra. Med., da University Heart & Vascular Center Hamburg, na Alemanha, e colegas acompanharam 107.845 indivíduos para avaliar a associação entre o consumo de álcool, incluindo tipos de álcool e padrões de consumo, e ocorrência de FA. Foram coletadas informações sobre fatores de risco cardiovasculares clássicos e ocorrência de insuficiência cardíaca.

Os pesquisadores constataram que 5.854 indivíduos desenvolveram FA durante um acompanhamento médio de 13,9 anos. O consumo de álcool foi não linear e positivamente associado à ocorrência de FA em uma análise estratificada por sexo e coorte. Para uma dose de bebida (12g) por dia, a razão de risco (hazard ratio) foi 1,16. Associações semelhantes foram observadas entre os vários tipos de álcool. Em contraste, um risco reduzido de insuficiência cardíaca foi observado com o consumo de álcool em doses mais baixas. Nem as concentrações de biomarcadores cardíacos nem a ocorrência de insuficiência cardíaca explicaram totalmente a associação entre o consumo de álcool e a ocorrência de FA.

“Dados de ensaios clínicos recentes entre pessoas que tem o hábito de beber de forma moderada, mostrando episódios reduzidos de recorrência de FA após períodos de abstinência, e o fato de que constatamos que mesmo baixos níveis de ingestão de álcool podem conferir risco, uma estratégia de redução do consumo de álcool pode ter o potencial de prevenir um aumento substancial do número de casos de FA”, descrevem os autores.

Fonte: HealthDay News