Quem cuida do cuidador de pacientes?

Cuidar de um membro familiar com uma doença crônica é muito estressante, em diversos aspectos  inclusive  no nível emocional. No entanto, com muita frequência, as exigências físicas e práticas cotidianas desse cuidado podem afastar o sofrimento psicológico. É tudo muito facilmente esquecido, negligenciado não só pelos próprios cuidadores, mas também pela sociedade em geral.

No entanto, novas evidências em estudos recentes estão chamando a atenção para as necessidades emocionais dos cuidadores, documentando a prevalência de sua angústia. Por exemplo, os pesquisadores da Yale University School of Medicine constataram  que quase um terço dos cuidadores, que estão cuidando de doentes em casa, sofre de depressão.

Outra pesquisa realizada na Grã-Bretanha revelou que cerca de um em cada quatro cuidadores familiares atende aos critérios clínicos de ansiedade. Ainda outro estudo, realizado na University of Pittsburgh School of Medicine, mostrou que as pessoas que cuidam de membros da família com demência experimentam um período prolongado de estresse e depressão. Após a morte do ente querido, as taxas de depressão entre os cuidadores diminuem dentro de três meses, e significativamente dentro de um ano. Muitos cuidadores relatam que a morte foi um alívio para eles e, acreditam, também para o paciente.

É natural estar deprimido ou ansioso quando você é colocado em um papel que requer uma grande  atenção e esforço, sete dias por semana. O trabalho pode ser gratificante, mas também é fisicamente e emocionalmente cansativo. O comportamento de um paciente (agressão, delírio ou demência) e sintomas (por exemplo, vômito ou engasgo) podem ser assustadores e podem facilmente fazer com que um cuidador se sinta desamparado. Muitos cuidadores sentem um estresse adicional porque as exigências de cuidar os forçaram a parar de trabalhar ou encurtar suas horas. Isso pode criar um fardo financeiro e um isolamento.

Outros fatores que foram encontrados para aumentar o sofrimento não constituem nenhuma  surpresa: morar com a pessoa que você está cuidando, ter um relacionamento ruim com essa pessoa e estar com a saúde física precária.

Depressão e ansiedade também podem afetar sua capacidade de prestar um bom atendimento. Você pode esquecer de administrar medicamentos a tempo ou achar difícil realizar as tarefas necessárias. Pesquisas sugerem que os cuidadores que sofrem de depressão são mais propensos a internar seus parentes em casas de saúde (repouso), do que aqueles que não apresentam quadro depressivo.

 

Como diminuir o estresse?

A depressão e a ansiedade não estão de uma maneira geral obrigatoriamente presentes nos cuidadores. Existem maneiras de combater e garantir que a pessoa que você estima receba o cuidado de que precisa, ao mesmo tempo em que você dispense o tempo suficiente para se cuidar.

Uma atitude que ajuda muitos cuidadores é participar de um grupo de apoio. Peça referências para encontrar grupos de cuidadores no consultório ou no hospital do seu médico, assim como entrar em contato com organizações especializadas.

 

Fonte: UC Berkeley School of Public Health – Heatlh & Wellness por e-mail.

Link: https://www.healthandwellnessalerts.berkeley.edu/