A Síndrome do Esgotamento Profissional (Burnout) ocorre principalmente em profissionais submetidos a elevados níveis de estresse e pressão no ambiente de trabalho, como médicos e outros profissionais de saúde.
Um estudo do Medscape Physician Lifestyle Report – Estados Unidos – concluiu que 54% dos acometidos são mulheres de diversas profissões sendo que 46% eram médicos. No Brasil, 30% dos profissionais apresentam a síndrome em grau máximo.
O burnout está presente em todas as especialidades médicas, sendo os mais afetados os profissionais responsáveis pelo primeiro atendimento e pelo atendimento de pacientes críticos.
Especialidades médicas mais comprometidas:
- Terapia Intensiva
- Medicina de emergência
- Medicina da família
- Clinica medica
- Cirurgia Geral
- Infectologia
- Radiologia
- Ginecologia e Obstetrícia
- Neurologia
- Urologia
O burnout pode comprometer o individuo em três aspectos::
- Individual (físico, mental e social);
- Organizacional (conflito com colegas e piora da qualidade/produtividade);
- Profissional (negligência, lentidão e impessoalidade com colegas e terceiros).
SINTOMAS
- 97% dos acometidos citaram exaustão, fraqueza, dores musculares e de cabeça, náuseas, alergias, queda de cabelo, distúrbios do sono, maior suscetibilidade a gripes e diminuição do desejo sexual;
- 91% relataram desesperança, solidão, raiva, impaciência e depressão;
- 85% mencionaram raciocínio lento, memória alterada e baixa autoestima.
Os elevados índices de Síndrome do Esgotamento Profissional entre médicos afetam diretamente o funcionamento do sistema de saúde, contribuem para a piora de qualidade no atendimento e são grandes responsáveis pela falta de ânimo que acomete os profissionais de saúdes. Além disso, médicos são os profissionais que tem taxa de suicídio mais elevada em comparação com o restante da população.
Principais causas de Burnout entre médicos:
- Excesso de horas trabalhadas – Redução do convívio social;
- Baixo nível de autonomia e de participação nas decisões;
- Impossibilidades burocráticas e/ou econômicas para prover atendimento aos pacientes;
- Demandas excessivas que ultrapassam a capacidade de realização;
- Pressão por resultados (desfecho favorável pelo menor custo)
- Sentimento de injustiça;
- Impossibilidade de promoção ou baixo ganho econômico.
COMO PREVENIR:
- Diversifique as fontes de gratificação e descubra fontes de entretenimento. Cultive-as! Dedique-se ao lado social, às atividades de lazer e hábitos que te tragam alegria.
- Concentre-se nos pontos positivos do seu trabalho: como, por exemplo, a sua primordial motivação para seguir na carreira. É melhor focalizar no positivo do que se prender aos aspectos negativos, que em geral, são muitos.
- Restabeleça contatos profissionais: networking, novas chances no mercado ou em outro setor da empresa se uma mudança de carreira é necessária.
- Compreenda seus limites: se identificá-los será mais eficaz para combater os fatores estressantes do seu dia a dia ou contorná-los da melhor forma possível.
- Cuide de sua saúde: a exaustão pode ser sintoma de várias doenças, como anemia, distúrbios da tireoide, bronquite, etc. Consulte um médico. Se for estresse, procure desacelerar o ritmo e faça uma coisa de cada vez.
- Cuide de seu estilo de vida: não exagere no álcool ou na cafeína, dedique-se aos horários de descanso, alimente-se bem de forma saudável e durma melhor, cultive prática espiritual.
- Inclua exercícios físicos na rotina: Eles ativam a circulação, estimulam o metabolismo e ajudam a administrar o estresse, um esporte pode ser também fonte de lazer além de exercícios.
- Conte com o apoio da família e dos amigos, não se isole!
Fonte: Medscape – Physician Burnout: It Just Keeps Getting Worse Carol Peckham January 26, 2015